Desafios e tendências para o varejo em 2023

O mercado varejista está em constante transformação. Mudanças nos hábitos de consumo, novas tecnologias, estratégias de marketing e o contexto econômico nacional e global são apenas alguns exemplos de situações que podem impactar o varejo.

Por isso, é essencial ter acesso a informações qualificadas para planejar a gestão da sua rede de franquias e tomar decisões com mais segurança e tranquilidade.

Neste artigo, vamos abordar os principais destaques do varejo em 2022 e as tendências do setor para 2023. Com as referências, é possível analisar o que aconteceu ao longo do ano, fazer um diagnóstico do momento atual do mercado e obter insights para projetar os próximos 12 meses, impulsionando o sucesso da sua marca.

Confira o que você vai encontrar neste texto:

  •  Dados positivos, mas com desafios para o varejo em 2022
  • Destaques do ano no mercado varejista
  • O que vem por aí? Tendências para o setor em 2023

Fique conosco até o final e boa leitura!

Dados positivos, mas com desafios para o varejo em 2022

O varejo começou o ano de 2022 ainda em recuperação dos efeitos da pandemia de Covid-19 na economia.

Os índices negativos do segundo semestre de 2021, o contexto de juros mais altos e o aumento da inflação no período apontavam uma reação tímida do mercado varejista.

A expectativa inicial era de crescimento de 0,9% no volume de vendas do comércio em 2022 – valor que foi revisado para 0,5% em março pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Apesar do cenário desafiador, janeiro também veio acompanhado de números positivos, como detalhamos a seguir.

Aumento nas vendas e no número de lojas

No acumulado do ano, as vendas do comércio tiveram alta de 1,4% em 2021 em comparação a 2020, conforme indica a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Alguns valores já estavam inclusive próximos aos patamares pré-pandemia, mas ainda restritos a segmentos específicos, como o farmacêutico e de vestuário e calçados.

A quantidade de lojas em funcionamento no início de 2022 também era maior do que no ano anterior, como revela a CNC. Segundo a entidade, o avanço da vacinação contra a Covid-19 e a maior circulação de consumidores estimularam o movimento de reabertura do varejo. Foram 204,4 mil novos estabelecimentos em 2021 e um total de 2,4 milhões de operações ativas no país.

Franquias em ascensão

Quem começou 2022 em um panorama mais animador foi o franchising. O setor registrou faturamento de R$ 185 bilhões em 2021, 10,7% a mais do que em 2020, conforme a Pesquisa de Desempenho do Franchising Brasileiro, realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). Ainda, houve aumento de 9,1% no número de unidades e 8% na quantidade de redes de franquias.

Todos os segmentos avaliados pela ABF ampliaram sua receita no período, com destaque para Casa e construção e Saúde, Beleza e Bem-estar, além de Entretenimento e Lazer (maior variação em termos absolutos).

O que se esperava do varejo em 2022?

As principais apostas para impulsionar o sucesso das empresas varejistas em 2022 caminhavam na mesma direção: era preciso focar nos novos hábitos dos consumidores.

Entre as dicas dos especialistas estavam o investimento no e-commerce, estratégia omnichannel, experiência de entrega e práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).

Mas como o mercado se comportou nos 12 meses que passaram? Acompanhe a seguir os principais destaques do varejo ao longo de 2022.

Destaques do ano no mercado varejista

As projeções para o varejo em janeiro de 2022 já apontavam alguns obstáculos que viriam pela frente.

O contexto econômico brasileiro, composto por fatores como a pandemia, aumento na inflação, taxa Selic, variação cambial e diminuição no poder de compra dos consumidores, sugeria a importância da resiliência para sobreviver ao momento de transição.

E além desses desafios, 2022 se mostrou um ano atípico. O calendário veio acompanhado de eventos tradicionais fora de época e de uma guerra do outro lado do mundo que acabou impactando a economia do país.

Os índices divulgados até o início de dezembro mostram, no entanto, que o mercado varejista conseguiu contornar os obstáculos e voltar a crescer. Segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio, as vendas no varejo tiveram aumento de 1% entre janeiro e outubro de 2022 em relação ao mesmo intervalo de 2021.

O levantamento do IBGE registra ainda a evolução de cinco das oito atividades avaliadas. Os principais destaques foram: livros, jornais, revistas e papelaria; combustíveis e lubrificantes; e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos.

Assim como em 2021, o setor de franquias seguiu em expansão. O faturamento de janeiro a setembro de 2022 aumentou 15% comparado a igual período do ano anterior, conforme estudo da ABF. Aspectos como a reabertura total do comércio e o ganho de produtividade a partir da digitalização de processos impulsionaram as atividades, especialmente os segmentos de hotelaria e turismo, food service e saúde, beleza e bem-estar.

O movimento de descentralização do franchising nas diferentes regiões do Brasil também ficou mais evidente. O levantamento da ABF demonstra, ainda, que as franquias estão expandindo principalmente em capitais fora do eixo Rio-São Paulo e no interior do país, com destaque para Manaus, Cuiabá e Belo Horizonte.

Marcos do varejo em 2022

Como comentamos, o varejo vivenciou uma agenda singular esse ano. O Carnaval em abril, o calendário de feriados, a Copa do Mundo em novembro, além da própria conjuntura da economia no período tiveram reflexos importantes no desempenho do setor.

Olhar para esses momentos é imprescindível para entender o comportamento do mercado e poder planejar o futuro com mais clareza.

Por isso, relembramos cinco destaques relacionados ao varejo em 2022. Acompanhe:

1.Feriados e Carnaval fora de época

Com medidas de restrição mais brandas contra a Covid-19, o Brasil voltou a levar os foliões para as ruas no Carnaval em 2022. O avanço da variante Ômicron, entretanto, acabou fazendo com que alguns estados adiassem as celebrações para o mês de abril, junto com o feriado de Tiradentes.

A mudança na data acabou refletindo no varejo. A previsão de geração de receita no período era maior do que em 2021, quando a festa foi cancelada, mas ainda assim menor do que nos anos anteriores à pandemia. Segundo a CNC, o volume de vendas previsto para fevereiro era de R$ 6,45 bilhão, 33,7% a menos do que o observado em 2020.

Em contrapartida, o varejo foi menos impactado pelos feriados. Dois dos nove feriados nacionais caíram no domingo (Dia do Trabalhador e Natal), diminuindo os custos de operação dos lojistas e reduzindo a perda de vendas casuais. Isso porque cada feriado em dia útil gera um prejuízo de R$ 2,46 bilhões ao mercado varejista, como também indica a Confederação.

2.Guerra na Ucrânia e impactos no comércio

O que talvez pouca gente previu antes do ano começar é que as tensões entre Rússia e Ucrânia culminariam em uma guerra com efeitos globais.

O conflito no Leste europeu provocou a interrupção no suprimento de importantes matérias-primas, como o petróleo. A alta demanda pelo produto fez com que os combustíveis ficassem mais caros, o que resultou no aumento no custo do transporte das mercadorias.

O valor de peças de vestuário, calçados e cosméticos também subiu, uma vez que o petróleo está entre os itens envolvidos na produção.

Sem previsão de término, a guerra deve seguir na pauta do varejo em 2023.

3. Peso no bolso dos consumidores

A alta na inflação e nos juros teve reflexos diretos no orçamento dos brasileiros. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela CNC, 30,3% das famílias estavam com dívidas em atraso em novembro de 2022 – 4,2% a mais quando comparado ao mesmo mês de 2021.

O cartão de crédito ainda é o maior vilão, sendo a principal modalidade de dívida entre os entrevistados.

Com a inadimplência, os consumidores tendem a ser mais cautelosos, reduzindo gastos para quitar as contas.

4.Black Friday e Copa do Mundo

A realização de duas datas significativas em novembro fechou com saldo positivo para o varejo.

Em função da antecipação das promoções para a Copa do Mundo, o desempenho do segmento de móveis, eletrônicos e departamento na Black Friday foi pior em comparação aos anos anteriores. Mesmo assim, o comércio expandiu em 6,9% o volume de vendas em 2022, conforme o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA).

A maior alta foi registrada pelo e-commerce, 21,1%, enquanto as lojas físicas ampliaram em 5,4% a sua receita na Black Friday.

As previsões para o Mundial de futebol também são favoráveis. Segundo a CNC, o faturamento do varejo durante o megaevento deve ser 7,9% maior do que em 2014, quando o Brasil foi sede dos jogos. A perspectiva é de que o segmento de vestuário e calçados seja o mais beneficiado com as vendas.

5.Consolidação do e-commerce

Um dos comportamentos do consumidor que ganhou evidência na pandemia e que parece ter vindo para ficar são as compras online. De acordo com pesquisa da agência Marco, 91% dos brasileiros entrevistados passaram a comprar mais online desde que a pandemia começou.

Os itens mais procurados são os ingressos para shows, seguidos por pacotes de viagens, celulares e livros e games.

Interessante observar que os canais que mais influenciam na hora da compra são a publicidade online, os artigos na internet e as recomendações de influenciadores digitais.

O que vem por aí? Tendências para o setor em 2023

O próximo ano seguirá desafiador para o mercado varejista. A Organização Mundial do Comércio (OMC) prevê, por exemplo, uma desaceleração no crescimento do comércio global – muito em função da crise na economia resultante de eventos como a guerra na Ucrânia e a pandemia de Covid-19.

O calendário de feriados no Brasil é mais um motivo de atenção para os varejistas. Dos nove feriados nacionais, apenas um não cai em dia útil – e sete deles podem, ainda, se transformar em feriadões:

  • 1º de janeiro (domingo): Confraternização Universal
  •  7 de abril (sexta-feira): Paixão de Cristo
  • 21 de abril (sexta-feira): Tiradentes
  • 1º de maio (segunda-feira): Dia Mundial do Trabalho
  • 7 de setembro (quinta-feira): Independência do Brasil
  • 2 de outubro (quinta-feira): Nossa Senhora Aparecida
  • 2 de novembro (quinta-feira): Finados
  • 15 de novembro (quarta-feira): Proclamação da República
  • 25 de dezembro (segunda-feira): Natal

A sugestão é então fazer um bom planejamento para evitar as perdas causadas pelo fechamento das lojas ou pelos custos de operação, caso opte-se por manter o funcionamento nesses dias.

Para superar os desafios e obter êxito em 2023, é fundamental conhecer as perspectivas futuras para o mercado. Com informações qualificadas, você consegue criar um planejamento mais oportuno para os resultados que pretende alcançar.

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Selecionamos cinco tendências centrais para o varejo em 2023. Confira:

1.Atenção ao digital

As previsões reforçam a importância em se integrar ações relacionadas ao ambiente digital no planejamento da sua marca em 2023.

Uma pesquisa realizada pela Google e Euromonitor projeta, por exemplo, que o e-commerce crescerá 42% até 2025 no Brasil, sendo o varejo responsável por 39% dessa expansão.

E com 58% dos brasileiros acessando a internet somente por meio de dispositivos móveis, é oportuno investir na abordagem mobile first. Isso significa construir o site da sua rede pensando primeiro na experiência desses usuários, com interface apropriada para a navegação em telas pequenas. O resultado pode não apenas impulsionar as vendas online como ajudar a manter a sua marca na mente dos consumidores.

Outra recomendação é incorporar as vendas pelas redes sociais ao seu modelo de negócio. Segundo estudo realizado recentemente pelo Opinion Box e a Dito, 58% dos entrevistados já realizaram compras pelo WhatsApp e 47% pelo Instagram – as duas redes mais populares entre os usuários. O social commerce, como é conhecida essa modalidade de comércio eletrônico, pode, ainda, servir como vitrine para seus produtos e para ampliar o relacionamento com os clientes da loja.

2. Omnichannel

Mas engana-se quem acredita que investir apenas no digital é a solução. As tendências mostram que o omnichannel seguirá como uma poderosa estratégia do varejo em 2023.

A pesquisa da Google e Euromonitor revela que quem investe na integração entre lojas físicas e online crescerá mais do que aqueles que focam apenas no virtual ou no offline. Conforme o estudo, o omnicanal representará 75% do aumento das vendas na América Latina até 2025.

Assim, é importante ampliar os pontos de contato da sua marca e investir em interações online e presenciais para atender com eficiência as necessidades do consumidor.

A opção de comprar pelo e-commerce e retirar na loja é um exemplo de ação eficaz que conquistou os brasileiros. Mas não deve ser a única. Busque garantir um processo de venda integrado durante toda a jornada do cliente, da etapa de pesquisa dos produtos ao atendimento.

Além disso, procure proporcionar experiências personalizadas para o seu público. Cada vez mais os consumidores valorizam as marcas que os reconheçam como indivíduos únicos e identifiquem seus interesses, como demonstram os resultados obtidos pelo Opinion Box e a Dito. Por isso, a orientação é realizar pesquisas para entender o comportamento dos clientes e, então, criar boas estratégias de relacionamento.

3.Tecnologia para auxiliar as vendas

O cuidado com os canais de venda deve vir acompanhado de processos de gestão eficazes. E a tecnologia pode ser uma importante aliada para apoiar, agilizar e inovar as operações das suas lojas.

Realçamos três recursos capazes de auxiliar no atendimento ao cliente:

  • QR codes, para oferecer mais informações sobre a marca e os produtos, ativar campanhas promocionais ou facilitar os pagamentos;
  • Pagamentos digitais por meio de ferramentas como PIX, QR codes, carteiras digitais e cashback;
  • Chatbots para atendimento.

Esses três recursos foram mencionados como os que mais impactaram o processo de compra entre os entrevistados pela pesquisa realizada pelo Opinion Box e Dito.

O franchising também pode se beneficiar com uma avançada plataforma para gestão de rede de franquias. Com as ferramentas certas, você tem acesso às melhores soluções para o gerenciamento de todo o universo da sua rede, da prospecção de franqueados à comunicação com todas as unidades da rede. Saiba mais clicando aqui.

4.Estratégias logísticas

A aposta em soluções logísticas é outra perspectiva importante para o varejo em 2023.

Para sobreviver às oscilações da economia e conseguir atender à maior demanda gerada pelas vendas via e-commerce, o mercado varejista deve desenvolver estratégias que tornem o serviço de entrega mais rápido, barato e eficiente.

Gestão de armazenagem, planejamento do roteiro e ferramentas de rastreamento são exemplos de ações que podem agilizar os processos logísticos e, ainda, proporcionar uma boa experiência de compra, garantindo a satisfação do cliente.

5.Sustentabilidade

A sustentabilidade aparece como mais um tema relevante para o próximo ano no varejo. Os princípios ESG (sigla em inglês para Environmental, Social, and Governance) devem cada vez mais fazer parte da agenda das empresas, refletindo em práticas internas e externas.

Um estudo produzido este ano pela Google, MindMiners e Sistema B Brasil revela que 4 em cada 5 brasileiros classificam como importante a atuação das marcas em ações relacionadas ao meio ambiente, panorama social e governança.

Na mesma direção, dados da ModaComVerso, movimento liderado pela Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX), sinalizam que 48% dos entrevistados prefere produtos de empresas que apoiam causas socioambientais.

As possibilidades de atuação do varejo são várias, incluindo a redução dos impactos ambientais nos processos de produção, a elaboração de campanhas de conscientização e a gestão de lideranças e integrantes da equipe com foco no ESG.

Vale lembrar também de manter os públicos sempre informados dos resultados das suas ações, aliando discurso e prática.

No artigo de hoje, procuramos reunir os principais dados do varejo em 2022 e abordar o que deve ganhar relevância no próximo ano. Esperamos que a leitura tenha sido proveitosa! Fique de olho no nosso blog e nas nossas redes sociais para acompanhar mais informações sobre o mercado, além de conhecer as soluções para fortalecer a sua rede de franquias.